Nos fundos de casa, no bairro Boa Vista, o Paleoartista Rodolfo Nogueira nos recebe, no próprio ateliê.
"Café?", pergunta, oferecendo gentilmente a bebida na caneca de dinossauro. O cômodo é relativamente pequeno, mas suficientemente espaçoso para que o jovem artista transforme a paixão pela paleontologia, em trabalho.
Rodolfo esconde a personalidade descontraída atrás dos óculos que lhe conferem um ar de introspecção. “Acabei de superar a crise dos 30, me sinto um garoto e posso fazer tudo agora”, brinca.
As ilustrações feitas no computador, revelam a aparência de como eram animais que viveram no planeta há milhões de anos. Foi assim para reconstruir a imagem do Campinasuchus dinizi , menor crocodilo entre parentes brasileiros conhecidos. A espécie habitava o planeta há cerca de 90 milhões de anos. O Paleoartista também desenhou a Maniraptora, um dinossauro emplumado que viveu há 70 milhões de anos.
O desenhista era apenas um menino quando descobriu o significado da palavra Paleoartista: o artista que recria animais extintos. A partir daí não teve dúvidas, todo trabalho na escola, tinha como tema dinossauros. Naquela época, muita gente levou na brincadeira, mas o assunto ficou sério, virou negócio e requisitado.
No Brasil, por exemplo, hoje são cerca de cinco profissionais que atuam na área. “A criança em mim sobreviveu para trabalhar nesse projeto, imaginei como elas gostariam que fosse cada detalhe”. A linha de brinquedos que está à venda em lojas especializadas e papelarias inclui carimbos, dominó, quebra – cabeça, livro de colorir, e até uma placa que reflete a imagem do desenho em outro papel, tudo para ajudar a criança a reproduzir a figura.