Para o dono de uma papelaria no Bairro Santa Marta, Otávio Mendes, as vendas costumam ser maiores na segunda quinzena de janeiro. No entanto, neste ano, o movimento começou cedo.
“Desde o dia 2 que tem movimento. Todo dia é uma lista de material nova. A venda nessa época do ano chega quase a 50% a mais”, conta.
Em outra papelaria no Bairro Universitário, as vendas começaram a alavancar ainda dezembro. “Muitas pessoas preferem comprar em dezembro em vez enfrentar o movimento de janeiro e fevereiro. Como vendemos materiais para universitários também, acredito que a intensidade das vendas vai ser maior agora, depois do dia 10. Aí o movimento vai até fevereiro”, conta o vendedor Cristiano Rocha.
A Andrea Carvalho é mãe de Gabriela, de 12 anos. Ela diz que prefere comprar os materiais escolares no ano anterior para fugir da superlotação das papelarias com a chegada de fevereiro.
“Nós já compramos toda a lista de material da minha filha em dezembro mesmo. Deixamos apenas para comprar a mochila neste mês. Prefiro adiantar as compras a enfrentar as filas e lojas cheias em janeiro”, conta.
“O mar não está pra peixe e todos enfrentam dificuldades financeiras. O momento exige que os pais conversem com os filhos e vejam se tem algum item na lista escolar do ano passado que dá pra reutilizar neste ano. Outra dica é evitar levar a criança pequena na compra, porque elas veem os materiais com estampas de desenhos animados, que chamam mais atenção, e fazem de tudo para os pais levarem. E, normalmente, esses itens são os mais caros”, explica Rodrigo.
Além disso, o presidente da Procon também aconselha os consumidores a fazerem grupos de compras com outros pais, para que, juntos, eles avaliem os materiais que podem ser comprados em quantidades maiores e direto com os fornecedores. Normalmente, essa atitude tende a fazer com que os pais economizem no valor da compra.
Rodrigo também lembra que os pais devem ficar atentos às listas de materiais de algumas escolas, que pedem materiais de uso coletivo. “As listas devem ter apenas materiais de uso pessoal. Nada como pacotes de folhes, lápis em grandes quantidades, pacotes de papel higiênico, sabonete, vários papeis coloridos, etc. A atenção é fundamental para que não haja problemas futuros e desperdícios”, conta o presidente.