Quem passa pela avenida Prudente de Morais, no bairro Abadia, vê roupas penduradas no portão de uma floricultura. Elas não estão secando, muito menos estão à venda. É mesmo um varal e o objetivo é deixar as peças totalmente a disposição de quem precisa.
O empresário Márcio José de Sousa conta que a mulher viu um varal solidário em uma das ruas da cidade e quis fazer igual. “Nós achamos interessante e ao mesmo tempo muito especial esse jeito de oferecer ajuda, aquecer quem está na rua e não tem um agasalho”.
Reconhecer a situação delicada de uma pessoa ou de um grupo e ajudar quem está desamparado. Esse é apenas um dos conceitos de solidariedade. Iniciativas assim, que não precisam de uma grande estrutura e nem dependem de uma logística complicada de distribuição, estão se espalhando pela cidade.
A tatuadora Marcelly Correa e o músico Marcelo Lima separam as peças e vão deixando na porta da casa. “A regra é simples: roupas de frio, cobertores, calçados, tudo em bom estado para que outras pessoas possam também usufruir das pessoas”, explica Marcelo.
A serviços gerais Geni Francisca ficou surpresa com a simplicidade e a grandeza do ato do casal. Seo Antônio Carneiro apareceu tímido, segurando um cachorro amarrado por uma corda. Era Pitoco, seu fiel companheiro. O idoso deu uma passadinha pelo varal e gostou de uma jaqueta, mas não serviu. Minutos depois, resolveu voltar e encontrou um agasalho do tamanho ideal para espantar o frio!
Solidariedade que é plural, mas as vezes começa no singular. A dona de casa Marilena Ghizzoni vai doar roupas, calçados e mantas em bom estado para aquecer quem não pode comprar! “Se temos em casa e não estamos usando precisamos doar, faz bem para quem ajuda e para quem precisa”.