“Por causa do BRT, estão mudando o trânsito aqui. Vieram aqui e falaram que teríamos que tirar a banca para a calçada ter mais espaço, porque vai ter uma ciclovia aqui. Eu nunca ouvi falar que coloca ciclovia na calçada”, reclama a jornaleira Lúcia Helena Oliveira. “Teríamos que mudar de ponto, mas aí tem a história que não poderemos usar essa banca, tem que ser um contêiner, seguindo um padrão da Prefeitura”, completa.
Dona Lúcia diz que os negócios estão fracos e, com mais essa dificuldades, a banca pode fechar. “Só vender jornal não dá. Estou tendo que vender pastel e caldo de cana aqui. A gente até já olhou outro ponto, mas se tiver que pagar o que ouvi dizer para ter o contêiner (seriam cerca de R$ 6 mil), não vamos continuar”, lamenta.
A banca existe no local há cerca de 20 anos, sendo cinco sob os cuidados de seu João e de dona Lúcia, que já têm uma clientela formada. Sem saber o que esperar do futuro, os comerciantes já colocaram um cartaz informando que a banca está à venda (a lataria da estrutura, não o ponto), por R$ 2 mil.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para esclarecimentos, e foi informada, por e-mail, apenas que “a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo vai reunir esta semana com os jornaleiros para que os trâmites legais sejam explicados e todas as dúvidas sejam esclarecidas, visto que o objetivo da secretaria não é prejudicar o comerciante e sim garantir quanto a regularização da situação das bancas instaladas em ruas e praças da cidade”.