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Yasmin ficou com o bronze na categoria Kick Light, na qual são permitidos chutes da coxa a cabeça e socos retos. “É uma disputa por pontuação, não existe nocaute”, explica a atleta, que competiu na categoria 60 a 65 quilos, de 16 a 17 anos. São lutas com três rounds de dois minutos cada. Ela ainda foi a nona colocada na Light Contact (golpes da cintura pra cima).
Na Kick Light, com número ímpar de participantes, a uberabense foi sorteada e “pulou” as quartas-de-final, entrando direto nas semifinais. Acabou derrotada por uma oponente espanhola, que seria a campeã. Como não há disputa de terceiro lugar, Yasmin e a outra semifinalista derrotada ficaram com medalha de bronze.
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Além do tempo de preparação, outra diferença é o incentivo que as europeias recebem das federações de seus países. A delegação brasileira teve só duas pessoas: Yasmin e outro atleta, Matheus Cainã, de Maringá-PR. “Não tivemos condições de pagar para os técnicos irem. Eu tentei ser a técnica dele, e ele, o meu técnico. Essa é a realidade. A Rússia, por exemplo, tinha 180 atletas”, recorda a lutadora.
Para participar do Mundial, sem técnico, viajando sozinha, Yasmin precisou arrecadar cerca de R$ 15 mil. “Fiz rifa, pedi ajuda no sinaleiro e tirei boa parte do meu bolso”, conta. Ela ainda teve o apoio de patrocinadores (Januário Advocacia Militar, Gabarito, NutryDerm, Livraria e Editora Lemos e Cruz, Abace e Tasmanian Gym). Não recebeu incentivo do poder público. “Estive na Funel (Fundação Municipal de Esporte) no ano passado, me disseram que não seria possível ajudar porque o orçamento estava fechado, mas esse ano poderia dar certo. Voltei lá, ficaram de me retornar, e nada”, lamenta.
Yasmin começou no muay thai, mas migrou para o kickboxing, incentivada pelo mestre Ilton Donizete. “O kickboxing tem uma federação maior, são mais campeonatos para participar”, comenta a atleta. Em sua curta carreira, já são dois títulos mineiros, dois brasileiros e um sul-americano. “O Mineiro classifica para o Brasileiro, que classificou para o Sul-Americano no ano passado e, esse ano, para o Mundial, que acontece de dois em dois anos”, explica. Classificada também para o Pan-Americano, ela se prepara para a competição que acontece em outubro, em Cancun, no México.