As chuvas da temporada trazem animais indesejados aos nossos quintais, como, por exemplo, a dos caramujos africanos.
Em entrevista ao Uberaba Popular, a bióloga do Centro de Controle de Zoonoses, Vilma Rezende Cunha, explica que os caramujos, originários da África, foram trazidos ao Brasil com o intuito de ser utilizado para a alimentação em substituição a iguarias como o escargot. "Veio trazido por uma cooperativa do Paraná e daí em diante alguns importaram exemplares. Como viram que não seria agradável ao paladar, simplesmente abandonaram ou levaram para outros lugares com intuito financeiro, onde houve a disseminação e se tornou essa praga".
A bióloga elucida que as primeiras levas não eram prejudiciais, o que já não acontece no momento. "Eles vieram selecionados, livres de parasitas e próprio para o consumo. Agora, a contaminação se dá pela quantidade de locais que eles frequentam (beira de córregos e lixões), o que os inutiliza e acaba por transmitir algumas doenças, como a angiostrongilíase, que causa principalmente febre e dores
A enfermeira Teresinha Almeida, moradora do Abadia, é uma das muitas uberabenses que sofrem com a presença indesejada dos caramujos africanos. "Onde eu moro tem muita área verde e com terra. Isso contribui muito para o aparecimento deles. E eu realizo a catação, mas ainda pode ver que tem alguns. Não tenho medo porque eu tomo todas as medidas de cuidado, mas é sempre bom saber um pouco mais com o que estamos lidando", afirma.
Formas de eliminação - Segundo Terezinha, uma das principais medidas para combater o caramujo africano é proteger bem as mãos e realizar a catação. O indivíduo também deve acondicioná-los em saco plástico com cal, usado para que ele se desidrate, amassá-los e colocar na rua para que a coleta recolha. "O fato de se utilizar sal, como forma de combate não é a mais indicada, principalmente em se tratar de hortas e quintais com flores porque ele saliniza o solo e o deixa impróprios para plantações. Água sanitária também ajuda bastante, mas deve-se lavar aquele muco restante que sobra e destruir as conchas para evitar acúmulo de água".
Ainda segundo ela, os melhores horários para se fazer a catação é entre o entardecer até as primeiras horas da manhã por ser o horário que está mais fresco, sem sol e o momento que eles saem da terra.