Em uma rede social, a tatuadora publicou o projeto explicando como ele funciona. Em uma semana, o post teve centenas de compartilhamentos e milhares de visualizações. “A procura é grande, mas são poucas as pessoas que agendaram um horário para a ‘Tattoo do Bem’, pois muitas pessoas ainda têm medo de assumir que têm alguma doença crônica, por exemplo”, comenta Marcelly.
Tattoo do Bem. A campanha nasceu em São Paulo, por meio da ação da tatuadora Buuh Safeco, que acabou criando uma página para o projeto. Nela, tatuadores de todo o país são inseridos na campanha e, a partir de então, começam a promover a Tattoo do Bem nas cidades onde atuam. Em uma das abas da página, é possível localizar todos os profissionais que promovem a ação. Em Minas Gerais, Marcelly foi a pioneira e é a única profissional que já aderiu ao projeto.
Na ‘Tatto do Bem’, apenas o valor do material é cobrado, saindo bem mais barato do que as outras tatuagens. O preço varia de R$ 50 a R$ 70, depende do tamanho da tatto, e não há restrições desde que tenha significado.
“A tatuagem tem que ter um significado. Então, a pessoa que quer ter uma ‘tattoo do bem’ pode tatuar o tipo sanguíneo com o fator RH, se é diabético, soro positivo, tem asma, transtornos, bronquite, é doador de órgãos ou se tem alergia a algum medicamento. Essa ação surgiu como uma prevenção. Em caso de acidentes, por exemplo, é muito difícil saber qual o tipo sanguíneo da pessoa sem que ela tenha que se submeter a exames. Ou se ela é alérgica a alguma medicação. Eu não desejo o mal e não quero que nenhum dos meus clientes precise passar por uma situação em que a única identificação para saber o tipo sanguíneo, por exemplo, seja a tatuagem na pele. Mas, é muito gratificante saber que a minha ação pode ajudar alguém”, explica Correa.
“Essa já é minha sexta tatuagem. Resolvi fazer com o meu tipo sanguíneo, pois, se um dia eu me envolver em um acidente, não corre o risco de demorar para descobrirem meu tipo de sangue”, conta Nicolle.
A prima também teve a mesma conscientização e acredita que mais pessoas deveriam aderir à ideia. “Eu acho a ‘Tattoo do Bem’ muito importante para identificação caso alguma emergência aconteça. Esperamos não ter que passar por isso, mas se um dia passar, terei o meu tipo sanguíneo tatuado no pulso”, explica Lorena.
Marcelly conta que já tem vários outros projetos sociais em mente. Um deles envolve mulheres que já tiveram câncer de mama, no qual a ideia é fazer a reconstrução da aureola ou uma tatuagem em cima das marcas deixadas pela doença. “Eu tenho a consciência de promover o bem e quero ajudar às pessoas de alguma forma”, conclui.